sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A nova valsa dos noivos*

Todo casal que vai subir ao altar passa por uma decisão difícil: o quê dançar na festa de casamento para “abrir a pista de dança”? A tradicional valsa dos noivos ficou para trás, e os casais hoje em dia optam por ritmos e coreografias mais modernas. Mas quando se trata de um casal de dançarinos, a cobrança fica ainda maior (exatamente o que eu e meu noivo vivemos atualmente!).
A vantagem de não ficar preso à valsa é que os noivos podem escolher dançar a música que marcou o namoro, e aí pode ser bolero, forró ou até mesmo zouk, coreografados ou dançados de improviso, como fizeram os professores Lídio Freitas e Monique Marculano. Com toda a correria dos preparativos para o casório, não sobrou tempo para uma coreografia caprichada. Então, eles escolheram a música que marcou a história do casal – o bolero “Acrótico”, do Roberto Carlos – e dançaram apaixonadamente, ajudados pelos vários anos de sintonia, sem que o improviso prejudicasse a performance do casal.
Nos vídeos que circulam na internet, a nova “moda” entre os casais é a coreografia do final do filme “Dirty Dancing”, que começa com um clima romântico e no final coloca todo mundo para dançar, o que é bem apropriado, já que a idéia é abrir a pista de dança. No “Youtube”, achei um casal que notadamente não pratica dança de salão, mas ensaiou essa coreografia para o casamento e ficou muito legal! No final, sobrou até para os padrinhos que dançaram com o noivo para interpretar a cena que Jonnhy Castle se separa de Baby na famosa coreografia do cinema. [Se quiserem assistir ao vídeo, o link é http://www.youtube.com/watch?v=2pMQWjeeC1U]
Os noivos levam a hora da dança tão a sério que alguns até contratam professores para criar uma coreografia exclusiva e não fazer feio na frente dos convidados, o que acabou virando um novo mercado para quem trabalha com dança de salão.
O professor e coreógrafo Jefferson Thomaz e sua esposa, a maquiadora Kátia Botto, montaram a “Camarim Produções”, empresa especializada na produção de verdadeiros espetáculos para casamentos e festas de 15 anos, e já tem em seu currículo cerca de 50 coreografias. Ele conta que a maioria dos casais que o procuram são aqueles que nunca dançaram, mas querem inovar e surpreender os convidados. “Eu faço a coreografia a partir do grau de dificuldade do casal e também do tempo que se tem até a data do casamento. Faço uma primeira aula com eles para avaliar o nível e depois começo a coreografia do ritmo ou música da preferência dos noivos” – esclarece Jefferson. Para as festas de 15 anos, ele conta com uma equipe maior, com bailarinos para fazerem par com as amigas da aniversariante ou mesmo para dançar com os convidados ao longo da festa.
Para as noivas, fica uma dica: o vestido de noiva não é um figurino muito confortável e acaba limitando muitos movimentos. Por isso, antes de escolher o ritmo, a música ou a coreografia, pense no que será possível dançar com o vestido escolhido para o grande dia ou opte por um outro figurino na hora da dança.



Reparem como Monique Marculano optou por um vestido meia cauda e curto na frente para a hora da dança. Dançarinas experientes já sabem disso, então fica a dica para as que se iniciam na dança ou simplesmente querem fazer bonito na festa: evitem vestidos longos que possam causar acidentes ou os curtos e justos demais que possam causar constrangimento. O ideal mesmo é fazer um ensaio com as roupas para testar costuras, alças, adereços, etc.

*Esse texto foi publicado na edição 36 do Jornal Falando de Dança, de outubro de 2010.